Por Adelson Vidal Alves
No próximo dia 24 de Janeiro o
Brasil estará com seus olhos voltados para Porto Alegre, particularmente na
sede do Tribunal Regional Federal da 4 região, onde o ex-presidente Lula será
julgado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Ele já foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a 9
anos e meio de prisão.
Caso seja condenado, o petista
estará imediatamente inelegível, mas pode empurrar a sentença definitiva para
outras instâncias, como o STJ e o TSE. Para especialistas, a decisão final deve
sair pouco antes ou durante a campanha presidencial do primeiro turno no ano que vem.
Enquanto isso, Lula tenta
politizar seu julgamento. O discurso se assemelha a narrativa esdrúxula do
impeachment como golpe, tratando o réu como um perseguido pela Justiça e as "elites". Os mais
lunáticos chegam ao cúmulo de insinuar uma conspiração institucional contra o
pré-candidato do PT, já que este seria líder nas pesquisas. Clamam que a
Justiça acate as pesquisas como “vontade do povo”. Ora, nem se Lula dominasse
por completo o cenário eleitoral ele poderia ser livrado. A maioria eleitoral
(que nem maioria neste caso é) jamais pode se sobrepor ao pacto constitucional.
O caso de Lula é criminal, não político.
O PT e os movimentos sociais
estão convocando atos em todo o país, alertando para um suposto julgamento de
exceção. Uma asneira sem tamanho. O partido chegou a soltar uma nota ridícula demonstrando
preocupação com uma rebeldia em massa em favor de Lula. Lembremos que este foi
conduzido coercitivamente até a PF e meia dúzia de gatos pingados foram às
ruas; também foi convocado por ele atos a favor de Dilma, e igualmente, ninguém
apareceu. A popularidade de Lula está assentada nas regiões mais
pobres do país, verdadeiros currais eleitorais da bolsificação proposital da miséria montada pelo PT em seus
governos. O subproletariado (o termo é de André Singer) é a base do lulismo,
mas só aparece nas urnas, estando bem distante das mobilizações de rua.
O fato é que se nossa Justiça amolecer
e permitir a candidatura de Lula será um escárnio contra a população
brasileira, a consagração do crime de colarinho branco como algo que compensa,
será a desmoralização do Judiciário que estaria nos expondo ao risco de sermos
governados por um gangster da pior espécie.