segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Candidatura de Lula seria um escárnio

Por Adelson Vidal Alves




No próximo dia 24 de Janeiro o Brasil estará com seus olhos voltados para Porto Alegre, particularmente na sede do Tribunal Regional Federal da 4 região, onde o ex-presidente Lula será julgado em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele já foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão.

Caso seja condenado, o petista estará imediatamente inelegível, mas pode empurrar a sentença definitiva para outras instâncias, como o STJ e o TSE. Para especialistas, a decisão final deve sair pouco antes ou durante a campanha presidencial do primeiro turno no ano que vem.

Enquanto isso, Lula tenta politizar seu julgamento. O discurso se assemelha a narrativa esdrúxula do impeachment como golpe, tratando o réu como um perseguido pela Justiça e as "elites". Os mais lunáticos chegam ao cúmulo de insinuar uma conspiração institucional contra o pré-candidato do PT, já que este seria líder nas pesquisas. Clamam que a Justiça acate as pesquisas como “vontade do povo”. Ora, nem se Lula dominasse por completo o cenário eleitoral ele poderia ser livrado. A maioria eleitoral (que nem maioria neste caso é) jamais pode se sobrepor ao pacto constitucional. O caso de Lula é criminal, não político.

O PT e os movimentos sociais estão convocando atos em todo o país, alertando para um suposto julgamento de exceção. Uma asneira sem tamanho. O partido chegou a soltar uma nota ridícula demonstrando preocupação com uma rebeldia em massa em favor de Lula. Lembremos que este foi conduzido coercitivamente até a PF e meia dúzia de gatos pingados foram às ruas; também foi convocado por ele atos a favor de Dilma, e igualmente, ninguém apareceu. A popularidade de Lula está assentada nas regiões mais pobres do país, verdadeiros currais eleitorais da bolsificação proposital da miséria montada pelo PT em seus governos. O subproletariado (o termo é de André Singer) é a base do lulismo, mas só aparece nas urnas, estando bem distante das mobilizações de rua.


O fato é que se nossa Justiça amolecer e permitir a candidatura de Lula será um escárnio contra a população brasileira, a consagração do crime de colarinho branco como algo que compensa, será a desmoralização do Judiciário que estaria nos expondo ao risco de sermos governados por um gangster da pior espécie. 

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