Por Adelson Vidal Alves
O governo Samuca iniciou sob a euforia
e as críticas contundentes, hoje, os dois tons de posicionamento frente à
administração municipal estão bem mais amenos. A euforia de um governo de
salvação perdeu força e as críticas mais fortes também diminuíram, parece que
estamos entrando em um período de normalidade política, o que é muito positivo.
O governo Samuca, em pouco
menos de um ano, atravessou algumas fases. No inicio, uma espécie de
prosseguimento da campanha eleitoral impediu que a razão política prevalecesse,
predominou a aposta no marketing, na imagem e em anúncios impactantes de
projetos de longo prazo. Com a reforma administrativa, iniciou um modelo de
gestão que organizava a estrutura funcional da prefeitura, resultando em
economia na folha salarial e na racionalização operacional da gestão pública
municipal. Veio a reforma do secretariado, que politizou mais o governo, conseguiu-se
uma base de apoio parlamentar e política importante. Por fim, a política de
austeridade fiscal organizou as finanças do município, diminuindo o desastre
fiscal que o antigo prefeito havia deixado para o município. O rombo de R$ 500
milhões de reais obrigava a construção de uma gestão de economia e corte de
gastos, que deu certo. Ao que indica, o município fechará com superávit,
salários em dia e com alto potencial de investimento.
Porém, o ano de 2018 será o
maior desafio para Samuca. Ano eleitoral expõe relações de forças que vão além
do território político municipal. Certamente haverá composição e rachas
políticos, o prefeito pode sair com um bloco político forte e vitorioso, como
pode sair derrotado e ver sua governabilidade ameaçada para o restante do seu
mandato.
O maior erro seria investir em “aventuras
políticas”. O momento é de alianças menos arriscadas, mais consolidadas e com
tradição eleitoral. Lançar outsiders e desafiar o status quo politico pode o
colocar no isolamento, minar sua base de apoio que é heterogênea e em processo
de consolidação.
Além do mais, o inicio do segundo
ano de mandato deve vir com um planejamento especial, deve-se manter a política
de austeridade fiscal e pensar ações mais fortes para equilibrar as contas
públicas e resolver os problemas históricos da cidade. O problema do
fornecimento de água, por exemplo, penalizou milhares de pessoas este ano, isso
porque o governo anterior não investiu na modernização dos serviços, calcula-se
que necessitamos de algumas dezenas de milhões de reais para colocar as tubulações
em perfeito estado. Como tal verba não está a disposição do municipio, uma saída
seria a privatização do SAAE (Serviço Autônomo de Agua e Esgoto) com controle majoritário do governo. O
municipio aceleraria a modernização do serviço, arrecadaria recursos para a
cidade e veríamos os problemas de abastecimento serem amenizados com maior
rapidez.
Enfim, combinar uma gestão de
corte reformista e de austeridade com uma política de alianças inteligente e
dentro do centro democrático é a fórmula para o sucesso de Samuca e de sua
gestão no futuro.
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