domingo, 3 de dezembro de 2017

Os desafios de Samuca em 2018

Por Adelson Vidal Alves



O governo Samuca iniciou sob a euforia e as críticas contundentes, hoje, os dois tons de posicionamento frente à administração municipal estão bem mais amenos. A euforia de um governo de salvação perdeu força e as críticas mais fortes também diminuíram, parece que estamos entrando em um período de normalidade política, o que é muito positivo.

O governo Samuca, em pouco menos de um ano, atravessou algumas fases. No inicio, uma espécie de prosseguimento da campanha eleitoral impediu que a razão política prevalecesse, predominou a aposta no marketing, na imagem e em anúncios impactantes de projetos de longo prazo. Com a reforma administrativa, iniciou um modelo de gestão que organizava a estrutura funcional da prefeitura, resultando em economia na folha salarial e na racionalização operacional da gestão pública municipal. Veio a reforma do secretariado, que politizou mais o governo, conseguiu-se uma base de apoio parlamentar e política importante. Por fim, a política de austeridade fiscal organizou as finanças do município, diminuindo o desastre fiscal que o antigo prefeito havia deixado para o município. O rombo de R$ 500 milhões de reais obrigava a construção de uma gestão de economia e corte de gastos, que deu certo. Ao que indica, o município fechará com superávit, salários em dia e com alto potencial de investimento.

Porém, o ano de 2018 será o maior desafio para Samuca. Ano eleitoral expõe relações de forças que vão além do território político municipal. Certamente haverá composição e rachas políticos, o prefeito pode sair com um bloco político forte e vitorioso, como pode sair derrotado e ver sua governabilidade ameaçada para o restante do seu mandato.

O maior erro seria investir em “aventuras políticas”. O momento é de alianças menos arriscadas, mais consolidadas e com tradição eleitoral. Lançar outsiders e desafiar o status quo politico pode o colocar no isolamento, minar sua base de apoio que é heterogênea e em processo de consolidação.

Além do mais, o inicio do segundo ano de mandato deve vir com um planejamento especial, deve-se manter a política de austeridade fiscal e pensar ações mais fortes para equilibrar as contas públicas e resolver os problemas históricos da cidade. O problema do fornecimento de água, por exemplo, penalizou milhares de pessoas este ano, isso porque o governo anterior não investiu na modernização dos serviços, calcula-se que necessitamos de algumas dezenas de milhões de reais para colocar as tubulações em perfeito estado. Como tal verba não está a disposição do municipio, uma saída seria a privatização do SAAE (Serviço Autônomo de Agua e Esgoto)  com controle majoritário do governo. O municipio aceleraria a modernização do serviço, arrecadaria recursos para a cidade e veríamos os problemas de abastecimento serem amenizados com maior rapidez.

Enfim, combinar uma gestão de corte reformista e de austeridade com uma política de alianças inteligente e dentro do centro democrático é a fórmula para o sucesso de Samuca e de sua gestão no futuro.


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