Por Adelson Vidal Alves
O rombo do Regime Geral da
Previdência é de R$ 178 bilhões, mais ou menos R$ 6 mil por aposentado. Entre
os servidores públicos, os números são superiores, chegando a R$ 78 mil por
pessoa. Tal déficit pode se agravar ainda mais, para 2018 está previsto o
aumento de gastos previdenciários em torno de R$ 36 bilhões em relação a 2017.
Além disso, devemos ter em mente que a expectativa de vida dos brasileiros
cresce, enquanto a contribuição vem caindo em um país de 14 milhões de desempregados.
Aumentam os benefícios concedidos, mas a previdência pena a falta de recursos. Este
é o quadro previdenciário brasileiro que exige urgentemente ser reformado.
O governo Temer apresentou uma
reforma relativamente boa, que quebra privilégios do setor público e equilibra direitos.
Juizes, políticos, servidores federais que se aposentam mais cedo e com altíssimos
salários terão que se enquadrar em regras comuns a todos.
Os que se aposentam mais cedo
são os que vêm das classes médias privilegiadas, tem estabilidade no emprego e
ingressam em excelentes cargos da esfera pública e também privada. Os pobres
que sofrem as crises cíclicas na economia e no emprego acabam por aposentar
tarde e com salários menores. A reforma da previdência vai atacar as
desigualdades previdenciárias, motivo pelo qual magistrados e outros
privilegiados se opõem com raiva a quebra de suas vantagens.
Sindicatos, partidos de
esquerda e movimentos sociais também reclamam da reforma, chegam ao delírio
cínico de dizer que os brasileiros morrerão trabalhando. A idade mínima, no
entanto, é uma exigência diante de nossa situação. As novas regras estabelecem 62
anos para mulheres e 65 para homens. São mudanças pontuais, com estas idades e 15
anos de contribuição os brasileiros poderão se aposentar com 60% do salário,
que sobe progressivamente na medida em que aumenta o tempo de contribuição. É
um exagero cretino sugerir que a aposentadoria vai acabar, como insinuam alguns
setores da sociedade brasileira. Sem falar que a reforma vai atingir apenas 35%
dos trabalhadores, segundo o IPEA. Em relação aos outros 65%, nada mudará.
Com os dados corretos em mão é
impossível ser contra uma reforma previdenciária, se não fizermos agora,
colocaremos em risco o futuro de gerações. Ou mudamos ou em um prazo médio de
20 anos não teremos como pagar os benefícios. Teremos que “tributar os ausentes”,
como bem disse o economista Gustavo Franco, um dos idealizadores do Plano real.
Mas há quem diga, ainda, que
não há déficit na Previdência. Eles são da CUT, das centrais sindicais ligadas
a partidos de esquerda. O malabarismo estatístico que fazem, no entanto, tem
pouco sentido, isso comparado a estudos de economistas renomados e auditorias
sérias como a do TCU. O déficit é um fato.
O grande desafio nacional é
encaminhar o mais rápido possível a reforma da previdência. O déficit não só
coloca em risco o futuro previdenciário como ameaça investimentos nos dias
atuais. Persistindo, o rombo previdenciário afetará a educação, a saúde e a
segurança pública. A reforma da previdência é indispensável.
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