Por Adelson Vidal Alves
Durante o segundo governo Lula
e todo o mandato de Dilma, prevaleceu no Brasil uma política econômica
desenvolvimentista. O Estado era visto como o indutor do desenvolvimento
nacional, taxando importações, intervindo no mercado, orientando investimentos
e despejando dinheiro público em setores da economia vistos como ”campeões
nacionais”. Simultaneamente, predominou políticas sociais de grande alcance,
ainda que de caráter compensatório.
Tais medidas renderam ao
lulopetismo um discurso triunfalista, excessivamente otimista quando à
modernização e resolução de nossos problemas sociais históricos. No entanto, o
modelo econômico desenvolvimentista - anacrônico como foi aplicado - é inviável
em longo prazo, pesado e caro. Por isso, nosso país pena hoje um endividamento
enorme, inflação alta, desemprego com números alarmantes e uma relação
promíscua entre instituições estatais e o mercado, conforme relatos da Policia Federal e da Operação Lava Jato.
Apesar disso, parte da esquerda
brasileira e dos movimentos sociais segue insistindo em uma versão política estatista
e intervencionista, opondo-se aos ajustes fiscais e as reformas econômicas
necessárias, como a reforma trabalhista e da Previdência.
Para vencer uma agenda tão
atrasada, que caso saia vencedora nos transformará em uma Venezuela, faz-se
necessário a construção de um programa político que seja vencedor em 2018,
organizado em torno do que eu chamaria de “liberalismo social”.
“Liberal” porque o eixo deste
programa deve girar em torno de orientações liberais, como austeridade fiscal,
algumas privatizações, fomento ao empreendedorismo, autonomia do Banco Central
e redução da participação do Estado na economia. “Social” devido ao fato de que
as políticas de combate a pobreza devem seguir em progressiva expansão, a
principio em caráter assistencial, mas combinada com medidas estruturais que
promovam menos desigualdade social e regional, educação e saúde universais no
acesso e na qualidade.
Para que vença este projeto,
será necessário um pacto político plural que convirja ao centro, envolvendo
partidos, associações civis e o parlamento. O objetivo comum é a recuperação da
economia brasileira, em respeito a democracia e a Constituição, dentro de uma estratégia reformista e sempre
em busca de consensos progressivos.
Em 2018, o Brasil tem uma solução programática, que pode
vencer o populismo do atraso e o autoritarismo político que, de forma ambígua,
exalta o ultraliberalismo econômico. O liberalismo social é uma opção.
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