Por Adelson Vidal Alves
O governo Samuca completa um
mês. Tempo curto para avaliação de resultados, mas que fornece dados para uma
primeira análise de direções e opções assumidas. Neste aspecto, do ponto de
vista estratégico, o novo prefeito optou por investir alto no marketing,
sobretudo, o pessoal. Ele atraiu para o círculo do governo quase toda a
imprensa regional, colocando seus holofotes não apenas para as ações de
governo, também para gestos cotidianos como pessoa. Noticiou-se sua ida ao
trabalho de ônibus, bicicleta, a pé e até uma aventura religiosa em um culto
protestante. Assim como o ex-presidente Collor, que fazia questão de exibir o
perfil jovial de atleta e sua proximidade com o povo (Collor descia diariamente
a esplanada com um representante popular) Samuca tenta se desvincular do perfil
autoritário do seu antecessor.
Contudo, no que diz respeito a
um projeto de governo, Samuca ainda não fez nada. Seu secretariado é anônimo,
inexperiente e com pouca entrada política. Tanto é que nesses 30 dias dois dos
nomes escolhidos já pediram demissão. O governo não tem rumo, se resume em um
imenso esforço para deixar de pé serviços essenciais. Ainda sim, vem
fracassando. Pelo menos 24 bairros penam desabastecimento de água. Com o
objetivo de blindar a figura do prefeito, chegou-se ao ridículo de insinuarem
sabotagem nas tubulações da rede. Não colou.
O governo, ainda, carece de
projetos de impacto. Falou-se em “Ruas de Lazer” que em duas semanas viu
minguar o número de pessoas, o Plano de mobilidade Urbana foi deixado de lado,
e na educação, a gafe do prefeito, que não sabia de uma dívida de férias
com os professores. De resto, apenas vídeos constantes que visam reforçar a
figura do “novo” em torno de Samuca.
Enfim, o primeiro mês segue de
incertezas. Apenas a constatação de uma ausência de rumos claros, a busca
desorganizada para colocar a máquina funcionando, a indecisão quanto ao caminho
programático a se dar para a gestão. Ficamos com a insegurança quanto que
administração teremos nos próximos 4 anos, afinal, ninguém vive de mídia
pessoal, uma hora até os fanáticos acordam.
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