terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Artigo: 30 dias de governo Samuca

Por Adelson Vidal Alves



O governo Samuca completa um mês. Tempo curto para avaliação de resultados, mas que fornece dados para uma primeira análise de direções e opções assumidas. Neste aspecto, do ponto de vista estratégico, o novo prefeito optou por investir alto no marketing, sobretudo, o pessoal. Ele atraiu para o círculo do governo quase toda a imprensa regional, colocando seus holofotes não apenas para as ações de governo, também para gestos cotidianos como pessoa. Noticiou-se sua ida ao trabalho de ônibus, bicicleta, a pé e até uma aventura religiosa em um culto protestante. Assim como o ex-presidente Collor, que fazia questão de exibir o perfil jovial de atleta e sua proximidade com o povo (Collor descia diariamente a esplanada com um representante popular) Samuca tenta se desvincular do perfil autoritário do seu antecessor.

Contudo, no que diz respeito a um projeto de governo, Samuca ainda não fez nada. Seu secretariado é anônimo, inexperiente e com pouca entrada política. Tanto é que nesses 30 dias dois dos nomes escolhidos já pediram demissão. O governo não tem rumo, se resume em um imenso esforço para deixar de pé serviços essenciais. Ainda sim, vem fracassando. Pelo menos 24 bairros penam desabastecimento de água. Com o objetivo de blindar a figura do prefeito, chegou-se ao ridículo de insinuarem sabotagem nas tubulações da rede. Não colou.

O governo, ainda, carece de projetos de impacto. Falou-se em “Ruas de Lazer” que em duas semanas viu minguar o número de pessoas, o Plano de mobilidade Urbana foi deixado de lado, e na educação, a gafe do prefeito, que não sabia de uma dívida de férias com os professores. De resto, apenas vídeos constantes que visam reforçar a figura do “novo” em torno de Samuca.

Enfim, o primeiro mês segue de incertezas. Apenas a constatação de uma ausência de rumos claros, a busca desorganizada para colocar a máquina funcionando, a indecisão quanto ao caminho programático a se dar para a gestão. Ficamos com a insegurança quanto que administração teremos nos próximos 4 anos, afinal, ninguém vive de mídia pessoal, uma hora até os fanáticos acordam.  



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