Por Adelson Vidal Alves
Em 1 de Janeiro de 2017 Volta
Redonda dará posse a seu novo prefeito, o jovem Samuca Silva. Eufóricos e
atônitos serão sua plateia. Os primeiros com uma crença convicta na pureza
moral do novo gestor, os segundos incrédulos com o inexplicável voo no escuro.
O fato, porém, é que ele é um prefeito legítimo, eleito pela vontade popular.
Mas a política é uma arte que nos permite fazer prognósticos. Não é ciência exata, mas se move por experiências históricas a serem aprendidas. Uma delas é que a democracia é um sistema político de labirintos generosos e desafiadores, ou a defira ou ela te devora. Samuca vai ter que aprender isso.
O inicio, sem ter sido de fato
um inicio, mostra graves dilemas de bastidores. Nenhum governante triunfou de
costas para o parlamento, e os primeiros sinais do novo Executivo que virá é
muito mais para um confronto de poderes de Estado do que uma reconciliação
municipal. Os vereadores, eleitos e derrotados, não olham com bons olhos o tom
bonapartista e populista de Samuca. Um gesto nobre do mandatário maior eleito
seria o de um convite público a governabilidade, entendendo que isso passa pela
composição de um governo de coalizão. Claro, não falo de negociatas espúrias,
mas de política mesmo.
Ou governa ou cai: é o recado
da história aos governantes que ousam enfrentar as instituições. Estão ai os
casos de Collor e Dilma. Além do perfil autoritário dos dois, falaram contra
eles a crise econômica e o crime de responsabilidade. O primeiro elemento já
está presente, o segundo é sempre uma possibilidade. Imaginem um inexperiente
governante sem apoio parlamentar, em plena crise fiscal? Um crime contra o
orçamento seria algo a rondar as planilhas de governo. Caso caia em uma armadilha
ao molde “jeitinho brasileiro”, o fato jurídico para um impeachment estaria
colocado. Sem base no parlamento, sofreria impedimento.
Sem afobações, esperaremos com
o “otimismo da vontade” que tudo dê certo, contudo, a conclusão do mandato de
prefeito não depende apenas das urnas, depende do caminho governamental a ser
escolhido. Saber se relacionar com os órgãos democráticos é uma exigência, se
Samuca não cumprir bem este papel, cai antes de terminar seu 4 anos.
MIMIMI...
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