Por Adelson Vidal Alves
O governo de notáveis não veio.
O secretariado de Samuca Silva tem um currículo discreto, com grande parte de
nomes desconhecidos. As exceções são Toninho Orestes, duas vezes candidato
derrotado a vereador, que irá ocupar a Secretaria de Obras, e Marcia Cury,
ex-diretora do Hospital do Retiro e que vai dirigir o Hospital São João
Batista. Esta última foi surpresa, haja vista que o prefeito eleito garantiu
que ninguém do ex-prefeito Neto ficaria. Marcia, no entanto, é tia do vice-prefeito
eleito Maycon Abrantes.
Além disso, há também a não tão
estranha desistência da nomeação de Dayse Penna para a poderosa SMAC (Secretaria
de Ação Comunitária), que passa para as mãos do novo vice-prefeito. Penna irá
ocupar a singela pasta da Secretaria da mulher.
De positivo, a nomeação de uma
pessoa do meio para a Secretaria de Esporte e Lazer (SMEL), Maria de Paula
Tavares, a Paulinha. A Cultura, pela primeira vez, terá a frente uma pessoa de
grande experiência de gestão cultural. Marcia Fernandes dirige, ao lado da
irmã, o prestigioso Instituto DAGAZ, com trabalho comprovado nas periferias. Como assessor
especial, Samuca nomeou o competente consultor político Sérgio Boechat.
Fora os citados, um mar de
desconhecidos. A aposta de Samuca é evitar nomes desgastados, e manter ao
máximo seu discurso eleitoral. Não descarto uma reforma na sua equipe em um
prazo breve, na medida em que a inexperiência e a crise bloqueiem resultados
rápidos. No momento ele deixa seus opositores em posição de espera.
Todavia, apesar de uma provável
lua de mel com seus eleitores nos primeiros meses, Samuca vai criando alguns
problemas. Sua equipe de primeiro escalão não contemplou aqueles que estiveram
na linha de frente da batalha sangrenta do segundo turno. Os que esperavam
ocupar espaço no novo governo ou ficarão sem nada ou terão espaços
coadjuvantes. Esse exército pode mudar de lado em pouco tempo. Destaco também
que no seu quadro de governo a câmara de vereadores não foi representada. Na
prática, isso significa dificuldades para construir uma maioria de governo.
Enfim, são apenas primeiras
impressões de um novo tabuleiro político municipal que se inaugura hoje em
Volta Redonda. Por enquanto, é isso.
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