Por Adelson Vidal Alves
Os noticiários trazem
diariamente a morte de pessoas por conta do tráfico de drogas. São policiais,
traficantes e viciados, que são fatalmente punidos pela disputa sanguinária por
territórios entre os grupos criminosos. O tráfico de drogas abastece um poder
paralelo que desafia o Estado, cada vez mais cansado diante de uma estratégia
fracassada: a guerra às drogas.
Devemos partir do fato de que o
consumo de drogas jamais irá acabar, ele vem desde os primórdios da humanidade.
Combater o uso é uma estratégia falha, ultrapassada. O melhor a ser feito é a
regulamentação por parte do Estado, a legalização gradual dos entorpecentes. As
vantagens são óbvias: o trafico perderia força econômica, o Estado teria sob
seu controle a distribuição e consumo, o dinheiro arrecadado com os tributos
seria usado na saúde e no trabalho de conscientização. Com a droga mais barata, o roubo, o assalto e até a venda de objetos
domiciliares que muitos usuários lançam mão para consumir drogas diminuiriam.
Nossos jovens não morrem de
overdose, policiais não morrem combatendo usuários. A juventude é assassinada
na guerra permanente entre a Polícia e o poder do crime organizado, policiais
são abatidos por criminosos que se valem de um poder que vem da venda ilegal
das drogas. Podemos botar um fim nisso, fazendo da droga um problema de
saúde pública, não mais de policia, como funciona com o álcool e o cigarro.
Temos exemplos na história que
nos apontam o melhor caminho. A Colômbia optou por uma guerra irracional contra
as drogas, gastou milhões com ajuda dos EUA. Foram mínimos os resultados
positivos. Países como o Peru, por exemplo, conseguiram resultado melhores
dando direções mais racionais às suas políticas em relação ao consumo de
drogas. No Uruguai, depois da legalização da maconha, o número de mortes por
tráfico é praticamente zero.
É preciso reorientar as ações
do Estado para que a política de segurança pública seja aliviada da tarefa de
enfrentar um sistema criminoso de tráfico de drogas tão perigoso. Legalizar e
controlar é a solução.
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