segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Guerras às drogas fracassou

Por Adelson Vidal Alves



Os noticiários trazem diariamente a morte de pessoas por conta do tráfico de drogas. São policiais, traficantes e viciados, que são fatalmente punidos pela disputa sanguinária por territórios entre os grupos criminosos. O tráfico de drogas abastece um poder paralelo que desafia o Estado, cada vez mais cansado diante de uma estratégia fracassada: a guerra às drogas.

Devemos partir do fato de que o consumo de drogas jamais irá acabar, ele vem desde os primórdios da humanidade. Combater o uso é uma estratégia falha, ultrapassada. O melhor a ser feito é a regulamentação por parte do Estado, a legalização gradual dos entorpecentes. As vantagens são óbvias: o trafico perderia força econômica, o Estado teria sob seu controle a distribuição e consumo, o dinheiro arrecadado com os tributos seria usado na saúde e no trabalho de conscientização. Com a droga mais barata, o roubo, o assalto e até a venda de objetos domiciliares que muitos usuários lançam mão para consumir drogas diminuiriam.

Nossos jovens não morrem de overdose, policiais não morrem combatendo usuários. A juventude é assassinada na guerra permanente entre a Polícia e o poder do crime organizado, policiais são abatidos por criminosos que se valem de um poder que vem da venda ilegal das drogas. Podemos botar um fim nisso, fazendo da droga um problema de saúde pública, não mais de policia, como funciona com o álcool e o cigarro.

Temos exemplos na história que nos apontam o melhor caminho. A Colômbia optou por uma guerra irracional contra as drogas, gastou milhões com ajuda dos EUA. Foram mínimos os resultados positivos. Países como o Peru, por exemplo, conseguiram resultado melhores dando direções mais racionais às suas políticas em relação ao consumo de drogas. No Uruguai, depois da legalização da maconha, o número de mortes por tráfico é praticamente zero.

É preciso reorientar as ações do Estado para que a política de segurança pública seja aliviada da tarefa de enfrentar um sistema criminoso de tráfico de drogas tão perigoso. Legalizar e controlar é a solução.

                                        

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