Por Adelson Vidal Alves
A democracia é regida por um
sistema legal fundado em um pacto construído pela sociedade via instituições.
Desse modo, garante-se que vontades particulares não possam se impor sobre a
vontade da maioria, e que a busca do consenso seja sempre mediada por
mecanismos que preservem a paz, em oposição à força e o autoritarismo.
A questão é simples: sendo
Dilma legalmente afastada por crime de responsabilidade, Temer é o herdeiro
legal de seu cargo. Não se discute aqui a discordância de alguns e nem mesmo da
maioria em relação a política de governo do presidente, pois a maioria
temporária não pode sobrepor ao pacto constitucional. Michel Temer, até agora,
não tem nada sobre si que o desabone legalmente para o cargo. Pode ser que
apareça, mas por enquanto, é ele quem deve dirigir o país. Assim, fica claro
que pedir um “Fora” de um governante legítimo e sem crimes é recorrer ao golpismo.
Quem escreve esse artigo não
está nem um pouco animado com o até agora pífio governo de Michel Temer. Mas
sua saída e eventual construção de novo governo passa pelo calendário
democrático, pelas eleições preferencialmente, e na pior das hipóteses, quando ele tiver que responder a crimes contra
nossa carta magna. Neste momento, não é isso que está ocorrendo, e sua
permanência no poder é questão de honrar a institucionalidade democrática, e
quem preza pela democracia, mesmo odiando a governança de Temer, deve lutar por
sua manutenção constitucional no poder. Do contrário, seremos os verdadeiros
golpistas.
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