Por Adelson Vidal Alves
Os tempos são de desalento. O
movimento das ruas, desde 2013, fez questão de hostilizar a política, e
generalizar a classe política como sendo corrupta, ineficiente e oportunista.
As instituições foram colocadas em xeque, e a democracia representativa desacreditada.
Só que a força desses movimentos e da desilusão não foram suficientes para
reconfigurar nosso sistema político, apenas retirou dele parte da população que
decidiu não participar dos pleitos. Aumentaram os votos nulos, brancos e
abstenções. E não temos motivos para acreditar que nessas eleições as coisas
serão diferentes.
É compreensivo tanto desânimo.
De fato, a política tem sido exposta muito mais como um espaço de degeneração
moral do que de busca de bem comum, como a definia Aristóteles. Todavia, fora
dela só há barbárie. O desemprego, a falta de médicos, a inflação, o salário
baixo dos professores, a desigualdade social só podem ser resolvidas, com a
devida segurança, pelo viés institucional do Estado democrático de direito.
Alienar-se da política ou recorrer a violência só serve para contribuir com a
manutenção do poder corrompido. Mudá-lo exige atuação, participação, muita
luta.
Em Volta Redonda, as eleições
municipais começaram com perspectivas reais de mudança. Os três candidatos
favoritos ao cargo máximo do executivo municipal fazem coro quanto a necessidade
de se buscar novos rumos. Em tempos, tem se a impressão que por aqui também a
desconfiança prevalecerá, mas se destaca o fato de que parece haver um clima
mais propicio para o debate pluralista. Não se tem mais figura imbatível, o
mito Neto que durou nos últimos 20 anos está fora de cena, exige-se, assim, que
o convencimento se faça pelo campo das ideias.
As questões do cotidiano
municipal deverão ser expostas detalhadamente ao eleitor, nada de confiar
exclusivamente no marketing. Como não visto em outros tempos, o poder econômico
perdeu força, a campanha de imagens não será a mesma. Abrem-se espaços para a
mobilização, para a política propriamente dita.
Nesse aspecto, é preciso
apostar em quem tenha trabalhado na construção democrática de um campo político
plural e pronto para ir além do atual e esgotado modelo de governança. Tal desafio
não se vence com rupturas abruptas, não encomendamos revolução. É preciso
conversar, estabelecer alianças com foco em um projeto que atenda a cidade.
Isso foi feito muito bem por Nelson Gonçalves, parlamentar experiente que se
destaca na vida pública pelo rigor ético no trato com a coisa pública, um
republicano legítimo.
Ele terá tempo para convencer a
população que sua candidatura se sustenta sobre princípios, projetos e ambições
lúcidas para uma Volta Redonda que se desenvolva com justiça social. No quadro
que se coloca, ele tem a vantagem do passado limpo e da condução responsável de
suas propostas.
Para Volta Redonda mudar com equilíbrio,
vencer o vicio do autoritarismo, do clientelismo e do patrimonialismo, Nelson é
o candidato que a história política da cidade mais abona. Desde já é preciso
firmar com convicção a opção por ele. E de minha parte estou decidido: eu vou
de Nelson.
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