quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Eu vou de Nelson

Por Adelson Vidal Alves



Os tempos são de desalento. O movimento das ruas, desde 2013, fez questão de hostilizar a política, e generalizar a classe política como sendo corrupta, ineficiente e oportunista. As instituições foram colocadas em xeque, e a democracia representativa desacreditada. Só que a força desses movimentos e da desilusão não foram suficientes para reconfigurar nosso sistema político, apenas retirou dele parte da população que decidiu não participar dos pleitos. Aumentaram os votos nulos, brancos e abstenções. E não temos motivos para acreditar que nessas eleições as coisas serão diferentes.

É compreensivo tanto desânimo. De fato, a política tem sido exposta muito mais como um espaço de degeneração moral do que de busca de bem comum, como a definia Aristóteles. Todavia, fora dela só há barbárie. O desemprego, a falta de médicos, a inflação, o salário baixo dos professores, a desigualdade social só podem ser resolvidas, com a devida segurança, pelo viés institucional do Estado democrático de direito. Alienar-se da política ou recorrer a violência só serve para contribuir com a manutenção do poder corrompido. Mudá-lo exige atuação, participação, muita luta.

Em Volta Redonda, as eleições municipais começaram com perspectivas reais de mudança. Os três candidatos favoritos ao cargo máximo do executivo municipal fazem coro quanto a necessidade de se buscar novos rumos. Em tempos, tem se a impressão que por aqui também a desconfiança prevalecerá, mas se destaca o fato de que parece haver um clima mais propicio para o debate pluralista. Não se tem mais figura imbatível, o mito Neto que durou nos últimos 20 anos está fora de cena, exige-se, assim, que o convencimento se faça pelo campo das ideias.

As questões do cotidiano municipal deverão ser expostas detalhadamente ao eleitor, nada de confiar exclusivamente no marketing. Como não visto em outros tempos, o poder econômico perdeu força, a campanha de imagens não será a mesma. Abrem-se espaços para a mobilização, para a política propriamente dita.

Nesse aspecto, é preciso apostar em quem tenha trabalhado na construção democrática de um campo político plural e pronto para ir além do atual e esgotado modelo de governança. Tal desafio não se vence com rupturas abruptas, não encomendamos revolução. É preciso conversar, estabelecer alianças com foco em um projeto que atenda a cidade. Isso foi feito muito bem por Nelson Gonçalves, parlamentar experiente que se destaca na vida pública pelo rigor ético no trato com a coisa pública, um republicano legítimo.

Ele terá tempo para convencer a população que sua candidatura se sustenta sobre princípios, projetos e ambições lúcidas para uma Volta Redonda que se desenvolva com justiça social. No quadro que se coloca, ele tem a vantagem do passado limpo e da condução responsável de suas propostas.

Para Volta Redonda mudar com equilíbrio, vencer o vicio do autoritarismo, do clientelismo e do patrimonialismo, Nelson é o candidato que a história política da cidade mais abona. Desde já é preciso firmar com convicção a opção por ele. E de minha parte estou decidido: eu vou de Nelson.




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