quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Neto vai para a ofensiva

Por Adelson Vidal Alves



Antônio Francisco Neto governou a cidade de Volta Redonda por quatro mandatos. Parte deles conduziu a cidade a bons números sociais, desenvolvimento urbano e modernização. No entanto, seu perfil governante sempre foi autoritário, fisiologista e clientelista. Sob a era Neto, os partidos politicos, vereadores, sindicatos, movimentos sociais e associações de moradores foram aparelhados, virando correia de transmissão do governo.  Parte da imprensa funcionou como órgão oficial da prefeitura, e os adversários foram perseguidos.

Mas seu tempo acabou quando Samuca foi eleito, certo? Errado. Ao que parece, o hoje funcionário do governador Pezão está pronto a montar uma ofensiva contra o atual prefeito, eleito pelo PV e que agora está no indecifrável Podemos.

É que o momento do governo Samuca não é dos melhores. A euforia da eleição passou, seus eleitores estão desencantados, sua base de governo é frágil, os projetos são pobres e as reformas necessárias para enfrentar a crise não vieram. Com isso, o atual governo deixa um vácuo político perigoso, que o ex-prefeito pretende ocupar.

Nas redes sociais, Neto prega um saudosismo sentimental de “como era a cidade que vivemos um dia”. Também tenta desconstruir o discurso do atual governo sobre a dívida pública, usando de malabarismos contábeis. Se Samuca ignorou a dívida do município na eleição, hoje é a vez de Neto insistir que está tudo bem nos cofres da prefeitura.

Certa vez o pensador italiano Antonio Gramsci fez a seguinte afirmação “A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem”. Ele queria dizer que é necessário fazer o novo virar realidade, enquanto isso não acontece, o velho segue rondando.  Aqui, Neto representa o velho, o patrimonialismo, o centralismo, o clientelismo, o transformismo, o desprezo para com os servidores públicos, a falta de transparência administrativa, o jogo espúrio do poder. Mas Samuca ainda não é novo, porque (erroneamente) tentou iniciar seu mandato querendo destruir a figura de seu antecessor, mas no governo, acaba repetindo as mesmas práticas, adiando soluções urgentes para a saúde financeira do município, expondo claramente a escassez de ideias da sua gestão.

Ou se assume um novo projeto de cidade, assentado em valores da nova política, ou corre-se o risco de uma absoluta cooptação pela velha política, e ai sim, definitivamente será aberto o caminho para um “Volta Neto!”. Seria um retrocesso terrível. 

3 comentários:

  1. Samuca o fantoche midiatico!!!! Primeiro dia de governo andou no transporte publico e depois apareceu em rede sociais. O que Samumarketing tem em mente???? Será um politico inventado que não tem conteúdo e que está vivendo no mundo do faz de conta....

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Sete meses de governo. Oque sabemos dos bastidores? Está mesmo na hora de uma avaliação?
    Acho que não.

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