Por Adelson Vidal Alves
A Venezuela vive uma crise
grave em sua frágil democracia. O governo de Nicolas Maduro pretende reescrever
a Constituição do país para beneficiar a si próprio. Para isso, se vale das
ações mais truculentas possíveis, que já gerou dezenas de mortes e prisões de
opositores. O dinheiro público dos venezuelanos está sendo utilizado para
montar grupos paramilitares e milícias de bairros que aterrorizam o povo e
intimidam opositores.
Além isso, nosso vizinho
sul-americano pena uma das crises econômicas mais sérias da sua história.
Faltam empregos, a inflação é estratosférica, bens básicos desapareceram dos
supermercados, a violência impera nas ruas do país. Ideologizando a crise que
ele próprio causou, Maduro inventa narrativas fantasiosas, como a de que a
culpa da situação econômica do país seria a burguesia, que estaria sumindo com
alimentos das prateleiras dos supermercados. Tal discurso é esdrúxulo, ridículo
e infantil, mas chega a ser exportado para os pares do chavismo em todo o
continente, incluindo o Brasil.
Foi assim que partidos de esquerda
como PCdoB, PT e PSOL deixaram de lado escrúpulos mínimos para, sem qualquer
sinal de vergonha, declarar apoio às manobras autoritárias de Maduro. Os
argumentos beiram a total insanidade. Dizem eles que o presidente venezuelano
está defendendo conquistas sociais do povo contra o imperialismo
norte-americano e a direita fascista. Tudo se resumiria a luta de classes, o
governo do povo contra as oligarquias parasitarias e gananciosas.
O que está em questão, no
entanto, não é qual lado está certo, mas a permanência da normalidade
democrática. A direita, o fascismo e as
oligarquias devem ser combatidos nos termos democráticos, dentro da normalidade
institucional, e não com um golpe descarado.
Neste aspecto, as posições tomadas pelos partidos de esquerda no Brasil revelam muito sobre eles, que aceitam rupturas autoritárias desde que atendam suas opções ideológicas e lhes sirva como algum ponto de apoio ao “socialismo do século XXI”.
Comunistas, petistas e
psolistas ingressaram nesta infame posição de defender um assassino
inescrupuloso, jogando de lado seus compromissos com a ordem democrática, tudo
para sustentar uma rede imaginária de revolucionários, estes que no fundo são
apenas títeres de poderes autoritários que beneficiam pequenas minorias de
burocratas egoístas e cruéis.
Você acha que se Maduro cair haverá alguma democracia na Venezuela? Vai acontecer como na Ucrânia onde grupos neonazistas perseguem a oposição e exterminam minorias. Mas lá você deve acha que é democracia. Você com certeza deve ser de alguma corrente morenista pró-EUA.
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