Por Adelson Vidal Alves
Em tempos de crise de valores
como o que vivemos, é comum o aparecimento de saídas radicais ou extremistas na
política. Em alguns momentos da história vimos revoluções populares, em outros,
golpes de Estado ou crescimentos de discursos que exaltam fundamentalismos.
Vivemos dias de eleição de Donald Trump na maior potência mundial, de uma ameaça
real de vitória eleitoral de uma semi-fascista como Marine le Pen na França, felizmente
bloqueada. No Brasil, o campo do extremismo de direita é ocupado pelo discurso
pouco organizado do deputado Jair Bolsonaro (PSC), que aos poucos parece ganhar
um companheiro, o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional), que
pretende ser refundado. A legenda ficou conhecida pela atuação da figura
caricata de Enéas carneiro, com seu bordão “Meu nome é Enéas”.
Assim como Bolsonaro, o PRONA
faz uma defesa apaixonada em torno do nacionalismo, que não raras vezes vira
xenofobia e ufanismo. Enéas Carneiro defendia a construção de uma bomba atômica
e a triplicação do efetivo militar. Seu militarismo e ultranacionalismo o
aproximaram por várias vezes dos ideais fascistas.
Hoje, seus seguidores querem
recuperar as mesmas bandeiras do líder, com um discurso aparentemente moderado.
Fala-se em justiça social, democracia, educação de qualidade etc. Mas no
dia-dia, extrapolam no culto à Pátria, incentivam o ódio contra o comunismo,
exaltam a família tradicional (uma forma de combater avanços dos direitos
homoafetivos) e defendem a “moral e os bons costumes”.
Assim como Bolsonaro, o PRONA é
reacionário, pois busca “reedificação” de uma ordem nacional imaginária do
passado. Ambos apostam em um civismo controlado, ultra-patriótico, com a escola
cumprindo não o papel progressista, mas o de educar para valores de uma ordem
conservadora. Tais ideias são distribuídas diariamente nas redes sociais por
seus admiradores.
Com Jair Bolsonaro em segundo
lugar nas pesquisas presidenciais, perguntamo-nos até onde pode influenciar o
pensamento extremista de direita. Ate onde o papo do “bandido bom é bandido
morto” pode seduzir mentes incautas e juvenis? Qual é a capacidade deste
discurso? É possível que a nação brasileira sucumba à ideologia extremista e
proto-fascista a aponto de elegermos um presidente que defende abertamente a tortura
e o regime de exceção?
Penso que não. O atual quadro
nacional é de desalento, e apesar de muitos estarem avessos às instituições e
aos partidos tradicionais, nada parece indicar que a cultura brasileira esteja
desprezando valores democráticos e retornando ao clima esquizofrênico da Guerra
Fria que fez golpistas se animarem em todo o continente latino-americano.
Bolsonaro bateu seu teto, a
pobreza de suas ideias e sua fraca oratória não deixam ele ir além desses que
hoje veem nele uma recuperação do Brasil pelo uso de instrumentos enérgicos e
coercitivos. O PRONA e Bolsonaro entram querendo jogar o Brasil para o campo reacionário,
acreditando que a desilusão do povo pode fazer com que ideais mortos se ressuscitem
como reedificadores de uma ordem disciplinada que transformaria o país em uma
superpotência. Hitler usou de estratégia semelhante na década de 30 na Alemanha
e triunfou. Mas os tempos são outros, e apesar da crise, a democracia brasileira
parece ter forças para sobreviver a tal risco. Acredito que o delírio extremista
não vencerá, seja como pronismo, bolsonarismo ou eneasismo.
Melhor propaganda impossível!
ResponderExcluirObrigado, Adelson. ;)
Obrigado pelo apoio. O Prona Está voltando!
ResponderExcluirSerá que esse rapaz sabe o significado de fascismo?
ResponderExcluirSuspiro de um falido desesperado; possuído pelo temor da Ordem e Progresso Iminentes; o brasileiro é discriminado no exterior; nosso leite tem Urina e Água oxigenada; nossa gasolina é batizada; nosso asfalto de péssima qualidade; Ocupamos as Últimas posições nos testes Internacionais de qualquer avaliação Escolar; faltam Hospitais e Escolas para a População que perece nas filas; há um enorme déficit habitacional p/ os mais carentes; o Minha casa minha vida é Dominado por Traficantes que oprimem os trabalhadores; tudo isso, fruto da Incompetência Administrativa, do baixo padrão Moral, pobreza ideológicada e dos discursos estilo: " só o Povão entende" construído em 15 anos de poder, aproximadamente, pela "Esquerda Festiva". REACIONÁRIOS são vocês! Monarquistas hereditários dessa herança maldita; lutam pela Tirania eterna de Poder, dotados de ínfimo padrão Moral.
ResponderExcluir- Dr. Marcello Russo
Bom dia meu amigo !
ExcluirDepois desse seu comentario , acredito que não preciso dizer absolutamente nada , faço das tuas palavras as minhas .
Muito bom !
Não existe propaganda negativa , desde que fale de Bolsonaro não importa o que você diga , esta despertando a atenção das pessoas para ele , e quem é "curioso" saberá quem realmente é fascista .kkkkk
ResponderExcluirObrigado pela publicidade , e vamos PRONA .