segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Querem te obrigar a ser negro

Por Adelson Vidal Alves



O Brasil não é um país de maioria negra. Ao contrário do que o IBGE e o movimento negro tentam te fazer acreditar, a maior parte da população brasileira se identifica como “parda”, um termo com significado feio (branco sujo) mas que representa o intermediário, as pessoas que não se identificam nem como branca e nem como negra. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (PNAD) de 2014 apontou que 45% dos brasileiros se identificam como pardos, 44,1% como brancos e apenas 8,6% como pretos. No entanto, na apresentação de dados, pretos e pardos se tornam uma categoria única: a de negros. Por isso você vê noticias constantes de que a maioria do Brasil seria de pessoas negras.

Por trás de estratégias como a essa, a tentativa exaustiva de criar uma identidade racial. O movimento negro é uma verdadeira máquina de catequização, tentando anular nossa consciência miscigenada, criando uma outra bi-racial, a exemplo dos EUA. Lá, porém, houveram leis anti-miscinenação, que impediam casamentos interraciais até 1967. No Brasil, apesar da abolição incompleta, após o fim da escravidão não tivemos leis racistas, por isso, a mistura tão intensa, a ponto da cor da pele ser um elemento pouco esclarecedor sobre nossas origens.

A catequização também é uma alternativa ideológica a constatação científica de que raças não existem entre os seres humanos. A genética já bateu o martelo de  que entre nós existe apenas uma raça: a humana. Tal fato científico impediu que pudéssemos classificar humanos objetivamente pelo conceito de raça biológica. Como saída para os movimentos racialistas, restou a doutrinação identitária, que busca pela cultura impor rótulos raciais as pessoas. Os pardos, assim, são proibidos de se sentirem “mestiços”, devem aceitar o mito da raça, converterem a uma negritude mítica, fantasiada por todo um discurso que lhe remete a um passado glorioso de ancestrais africanos e sua cultura transmitido no tempo.

O ruído dos tambores, o turbante, a religiosidade, a vestimenta, tudo faz parte de um conjunto de elementos que articulados tentam criar um imaginário racial nas pessoas. Daí a data da consciência negra, os vários eventos culturais de corte racial, a obrigatoriedade do ensino da África nas escolas e a exaltação do protagonismo negro na nossa história. Até um hino a negritude chegou a ser proposto no Congresso Nacional pelo deputado Vicentinho (PT).

O fato, historicamente incontestável, é que somos uma nação mestiça, onde o racismo se faz presente de forma acuada, condenado nacionalmente pelas pessoas e por nossas leis. Temos sentimentos de pertencimento diferenciado, pois assim foi nossa história.


O que deveríamos celebrar, ou seja, a mistura, o intermediário, o miscigenado, são obstáculos para quem quer dividir o Brasil em duas raças, e assim, conseguir criar tensões raciais que não combinam com nossa história. Mas quem quer fazer da “raça” um instrumento de poder, fabricar rivalidades raciais é fundamental, por isso, tentam convencer você a aceitar algo que não se identifica. No fim, querem te obrigar a ser negro. 

Um comentário:

  1. Só faltou problematizar o motivo pelo qual as pessoas se identificam e se autodeclaram pardas. Só isso. Sem essa informação o texto se torna leviano e vazio . Começando pelo título.

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