terça-feira, 26 de julho de 2016

Temer fracassou

Por Adelson Vidal Alves



Afastada, Dilma Roussef aguarda no Palacio da Alvorada seu julgamento definitivo no Senado federal quanto ao processo de impeachment que vem sofrendo. Nenhuma grande mudança se deu em direção a uma possível virada de jogo da presidente. Mas a esperança se sustenta na medida em que seu sucessor, Michel Temer, ainda que em pouco tempo, mostra a sociedade um governo vacilante, conservador e sem criatividade.

Tudo isso faz o povo brasileiro voltar á letargia, ao desalento, deixando as ruas e esvaziando a política. O interino não foi capaz de organizar em torno de si um pacto nacional, não foi capaz de sinalizar para medidas estruturais anti-crise, antes passou boa parte do tempo demitindo ministros que sequer deveriam ser nomeados, investigados que estavam pela Justiça brasileira, alguns deles até já condenados.

Os tais “ministérios de notáveis” foram substituídos em negociatas espúrias, ao gosto da velha política, prática condenada nas manifestações de rua que ajudaram a sangrar de morte o antigo governo. Na economia, Meirelles faz esforço no sentido de sanar os rombos da conta pública nos moldes da ortodoxia impopular e até agora ineficiente. Fala-se em aumentar impostos, privatizar setores essenciais, congelar salários, medidas que em si, além de não representarem nenhuma garantia de sucesso, freiam o crescimento e paralisam o desenvolvimento, oferecendo riscos a programas sociais de sucesso, conquistados a duras penas pela luta popular no período de redemocratização nacional.

É verdade que o retorno de Dilma não representa nenhuma solução, ao contrário, seria a volta de elementos ainda mais graves para a crise, de modo que é impensável inocentar a presidente, primeiro por que os elementos jurídicos seguem apontando crime de responsabilidade da presidente afastada, segundo, por que o PT e seu ciclo de governo se esgotaram, não tem apoio da sociedade e estão manchados pela imoralidade pública que o partido teima em tratar como sabotagem das elites.

O ideal seria que o povo fosse chamado a novas eleições, algo constitucionalmente possível somente em caso de cassação da chapa Dilma/Temer. Temos denúncias sérias e embasadas para acreditarmos que ambos foram eleitos com dinheiro do Petrolão, estão todas no TSE. O mais desejado é que tais denúncias sejam  apuradas, e com a cassação, um novo processo eleitoral fosse convocado. Seria o ideal, seria o mais democrático.
                                


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