sexta-feira, 19 de maio de 2017

DIRETAS JÁ! Sem Temer, Sem Lula, Sem Dilma, Sem Aécio e sem investigados

Por Adelson Vidal Alves



Devo iniciar fazendo uma justiça histórica. As chamadas “Diretas Já!”, tão em moda entra as forças políticas de oposição, só foi bandeira permanente nas pautas políticas da REDE e de Marina Silva. A beira do impeachment de Dilma, o PT tentou salvar sua presidente alardeando “golpe”, enquanto PSDB e seus apoiadores queriam o impedimento e a construção de um governo em torno de Temer. Marina Silva, desde aqueles tempos, defendeu que só envolvendo o povo em uma eleição direta presidencial conseguiriamos solucionar a crise. Hoje, a história dá razão a ex-senadora, o governo Temer repete Dilma e se desmancha em praça pública, e mais uma vez, vivemos instabilidade política.

Dito isso, falemos da atual situação do Brasil. Depois do vazamento dos áudios envolvendo o presidente da república, é questão de tempo que fiquemos sem governo. Com impeachment ou cassação no TSE, o novo presidente da República, pela Constituição, deve ser escolhido no Congresso Nacional. Apesar de ser esta a direção dada por nossa carta magna, ela é frágil e não leva a lugar nenhum. Os parlamentares estão desacreditados, grande parte deles sendo investigados pela Lava Jato, e não contam com confiança da população. Além do mais, a se julgar pela composição congressual, o nome que deverá sair de lá só pode estar ligado às forças tradicionais e conservadoras da política que estão no centro desta crise ética. Em resumo: o congresso não tem moral para escolher o novo presidente. Mas, então, o que fazer?

A solução, a meu ver, mais acertada, seria a aprovação rápida de uma PEC que estabeleça eleições diretas. Neste caso, o povo seria mobilizado, o novo governo legitimado, com condições de fazer a travessia segura do Brasil até 2018. É preciso, também, rechaçar propostas como constituintes sem partidos, além de sem sentido, ela é perigosa. Assembleias constituintes representam momentos históricos de ruptura, não é o nosso caso, onde vivemos uma crise dentro da ordem institucional, não é uma crise da ordem institucional. Sem partidos, sem a constituição e sem respeito às regras do jogo, estaríamos armando o terreno para uma saída autoritária, seja lá de que lado vier.

Além disso, uma eleição direta deve ser limpa de tudo que representa o atual estado de coisas. Pessoas investigadas, que sejam rés, ou que tenham alguma dívida com a Justiça não podem se candidatar, com a pena de contaminar todo o processo. Lula, Dilma, Temer, Aécio e todos que estejam de alguma forma na mira dos procuradores, juizes e ministros do STF, não poderiam disputar o pleito. Além de macular essa eleição, correríamos o risco de em dias termos que ver mais um presidente caindo por condenação judicial.


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