segunda-feira, 20 de março de 2017

PPS: 25 anos construindo a esquerda democrática

Por Adelson Vidal Alves



O PPS (Partido Popular Socialista) é herdeiro democrático da tradição comunista do antigo PCB (Partido Comunista do Brasil). No X Congresso do partido, realizado em São Paulo, foi feita a transição do nome, representando uma mudança de rumos na vida partidária, que refletia as transformações mundiais vindas da queda do muro de Berlim e o esgotamento do “socialismo real”. A maior parte dos filiados entendeu a necessidade de repensar as diretrizes programáticas e superar dogmas, vencendo o grupo minoritário conservador.

A vida política do PPS tem sido um esforço valoroso de construir no Brasil um campo político de caráter reformista, no qual a democracia é tida como valor inegociável da vida social. A Constituição é o principal programa, centro jurídico de uma conquista histórica de liberdades e direitos cidadãos jamais vistos em nossa história.

O partido interviu lucidamente em momentos decisivos de nossa história, quando, por exemplo, apoiou o governo de Itamar Franco logo após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Esteve ao lado da maior parte das forças políticas do país, tendo como exceções apenas o PT e o PDT, que desde cedo ocuparam o campo da oposição ao governo de centro-esquerda que se iniciava.

A vocação democrática popular socialista se confirmou em documentos onde o partido rejeitava toda e qualquer iniciativa golpista, como as incentivadas pelo PT, que pretendia interromper governos eleitos democraticamente com impeachment sem crime.

Este PT, no entanto, recebeu o apoio do partido em várias ocasiões, como em 2002. O PPS via em Lula o melhor caminho para um projeto que atendesse o povo brasileiro. Com os desvios do governo petista eleito, o PPS foi corretamente para a oposição, e desde então denuncia os caminhos tortos de um projeto de poder criminoso, que teve fim pela aprovação de um impedimento da presidente Dilma em 2016.

Hoje, o PPS da sustentação ao governo de Temer, que substitui Dilma. A decisão do apoio recebe críticas de simpatizantes, e joga a legenda em situações difíceis, como a de ter que referendar reformas polêmicas, que para alguns, significa retirada de direitos. No governo Temer, o PPS é representado no Ministério da defesa e no MINC, com Roberto Freire, sua principal liderança.

O partido que completa 25 anos comemora seus anos de prestação de serviço na construção da democracia brasileira, de uma persistente defesa do Estado de direito e a Constituição cidadã de 1988. Sua intervenção na vida pública nacional é orientada por sua inabalável convicção de que o Brasil precisa avançar, mas sem jamais comprometer a institucionalidade que sustenta nossa República.

O PPS quer uma esquerda democrática, capaz de ser referência na criação de um bloco de poder que mude o Brasil democraticamente, trabalhando no consenso e em respeito com o sistema representativo que caracteriza a vida institucional do país. Aos 25 anos do PPS, meus parabéns. Vida longa a democracia brasileira!


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