Por Adelson Vidal Alves
O PPS (Partido Popular Socialista) é herdeiro democrático da
tradição comunista do antigo PCB (Partido Comunista do Brasil). No X Congresso
do partido, realizado em São Paulo, foi feita a transição do nome,
representando uma mudança de rumos na vida partidária, que refletia as
transformações mundiais vindas da queda do muro de Berlim e o esgotamento do
“socialismo real”. A maior parte dos filiados entendeu a necessidade de
repensar as diretrizes programáticas e superar dogmas, vencendo o grupo
minoritário conservador.
A vida política do PPS tem sido um esforço valoroso de
construir no Brasil um campo político de caráter reformista, no qual a
democracia é tida como valor inegociável da vida social. A Constituição é o
principal programa, centro jurídico de uma conquista histórica de liberdades e
direitos cidadãos jamais vistos em nossa história.
O partido interviu lucidamente em momentos decisivos de
nossa história, quando, por exemplo, apoiou o governo de Itamar Franco logo
após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Esteve ao lado da
maior parte das forças políticas do país, tendo como exceções apenas o PT e o
PDT, que desde cedo ocuparam o campo da oposição ao governo de centro-esquerda
que se iniciava.
A vocação democrática popular socialista se confirmou em
documentos onde o partido rejeitava toda e qualquer iniciativa golpista, como
as incentivadas pelo PT, que pretendia interromper governos eleitos democraticamente
com impeachment sem crime.
Este PT, no entanto, recebeu o apoio do partido em várias
ocasiões, como em 2002. O PPS via em Lula o melhor caminho para um projeto que
atendesse o povo brasileiro. Com os desvios do governo petista eleito, o PPS
foi corretamente para a oposição, e desde então denuncia os caminhos tortos de
um projeto de poder criminoso, que teve fim pela aprovação de um impedimento da
presidente Dilma em 2016.
Hoje, o PPS da sustentação ao governo de Temer, que
substitui Dilma. A decisão do apoio recebe críticas de simpatizantes, e joga a
legenda em situações difíceis, como a de ter que referendar reformas polêmicas,
que para alguns, significa retirada de direitos. No governo Temer, o PPS é
representado no Ministério da defesa e no MINC, com Roberto Freire, sua
principal liderança.
O partido que completa 25 anos comemora seus anos de
prestação de serviço na construção da democracia brasileira, de uma persistente
defesa do Estado de direito e a Constituição cidadã de 1988. Sua intervenção na
vida pública nacional é orientada por sua inabalável convicção de que o Brasil
precisa avançar, mas sem jamais comprometer a institucionalidade que sustenta
nossa República.
O PPS quer uma esquerda democrática, capaz de ser referência
na criação de um bloco de poder que mude o Brasil democraticamente, trabalhando
no consenso e em respeito com o sistema representativo que caracteriza a vida
institucional do país. Aos 25 anos do PPS, meus parabéns. Vida longa a
democracia brasileira!
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