Por Adelson Vidal Alves
A era Neto se encerra no pior
estilo. Prefeitura endividada, inchada de cargos comissionados, contas do
prefeito sendo colocadas em cheque, atraso na conclusão de obras, PCCS do
funcionalismo parado, saúde jogada as
traças, saneamento básico em péssimas condições, o que favorece proliferação de
doenças como Zika e dengue, professores em greve.
Mas as eleições estão aí, e os
próximos meses serão de um mutirão para tentar recuperar a imagem do governo. O
prefeito tem a ilusão que lançando uma pessoa longe do desgaste dos políticos
tradicionais, poderá se esquivar das rejeições populares que perseguirão os
candidatos neste pleito eleitoral. Escolheu o engenheiro Sebastião Faria,
diretor do HSJB.
Neto aposta que a pouca exposição de Faria pode ajuda-lo na construção da figura do “novo”, do técnico, em contraponto ao político velho e profissional. Mas não nos enganemos. Sebastião Faria é a cartada final de Neto pra seguir dirigindo a cidade ao seu jeito, autoritário, clientelista e patrimonialista. Os recursos para sua eleição já são os mesmos, isto é, a composição pelo Palácio 17 de Julho das nominatas de vereadores, a distribuição de cargos, e o uso de altos valores econômicos, patrocinados por aqueles que sempre usufruíram as benesses do poder. Votar em Faria é votar na continuidade de um ciclo esgotado.
Temos ainda a figura de América
Tereza (PMDB), afilhada política do deputado Edson Albertassi, figura tenebrosa
e inimiga do estado laico. Com os cofres cheios por esquemas espúrios, Tereza
vai se pintar da mulher que pode estrear na prefeitura por via eleitoral, mas
na verdade será porta voz dos interesses obscuros do PMDB do estado do Rio de
Janeiro, o PMDB de Picciani, Eduardo Cunha e Eduardo Paes. O projeto é
perpetuar o PMDB na cidade do aço e alçar mais gente nas perspectivas de seguir
fazendo do nosso estado um feudo dessa gente tão nociva à decência política e a
democracia.
O grande desafio de Volta
Redonda é construir uma alternativa a esta dupla que no fim representam a mesma
coisa, a manutenção da velha política, feito por poucos e para poucos, o velho
jogo da política dos amigos. O momento não poderia estar mais propicio para refazermos a
política de nossa cidade, em direção a uma governança moderna e democrática.
Nem Tereza e nem Faria estão a altura desse desafio.
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