Por Adelson Vidal Alves
Após o impeachment de Dilma, os
petistas e aliados apostaram tudo no desgaste natural do governo Temer, ou que
pudessem eles ganhar o apoio da opinião
pública para a tese do golpe. Nada disso aconteceu. Ainda que o governo interino
sofra com impopularidade, não há sinal que o povo encare a gestão Temer como ilegitima,
ao contrário, há uma tranquilidade democrática de que tanto o impedimento
quanto a posse do vice de Dilma se deu em conformidade com a ordem
constitucional.
Sobrou para o PT e seus
satélites a esperança de virar o jogo no senado com o enfraquecimento do
governo Temer, atingido em cheio pela Lava Jato, com a queda de vários
ministros. Mas o Partido dos
Trabalhadores voltou a entrar no centro dos escândalos de corrupção, na Operação
Custo Brasil, deflagrada pela Policia Federal, que rendeu a prisão do
ex-ministro Paulo Bernardo. Isto é, vale aqui o velho ditado de que quem tem
telhado de vidro não joga pedra no telhado do outro. O PT, então, deverá
diminuir a artilharia.
Para o Brasil, todos esses
elementos trazem questões a serem levadas em conta na batalha final do
impeachment. Afinal, pela autoridade da lei, apenas dois caminhos são
permitidos: ou sai Temer e volta Dilma absolvida, ou Temer fica com a
condenação definitiva da presidente afastada.
Parece-me um terrível
retrocesso reconduzir ao cargo uma presidente com crime comprovado e com seu
partido cada vez mais envolvido em grandiosos esquemas de corrupção. Seria
retomar o ambiente político de ingovernabilidade, de instabilidade e tentativas
constantes de frear a Operação Lava Jato. Com Dilma, o Brasil voltaria às mãos
de alguém incapacitada para apresentar um governo ao Brasil.
O que precisamos é de um quadro
institucional estável onde haja ambiente de governo, e não o retorno ao caos e
aos conflitos dos poderes republicanos. Para isso, é necessário garantir o
impeachment, esvaziar toda e qualquer tentativa de constranger a democracia por
parte do PT. Vale consolidar a transição, para que voltemos a tranquilidade no
qual possamos, de qual lado estivermos, nos movimentarmos com a certeza do
triunfo democrático. O êxito disso depende do fato de que o PT se mantenha bem
longe do poder, e que o impeachment seja, de uma vez por todas, confirmado.
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