quinta-feira, 23 de junho de 2016

Fica Temer!

Por Adelson Vidal Alves



Após o impeachment de Dilma, os petistas e aliados apostaram tudo no desgaste natural do governo Temer, ou que pudessem eles ganhar o apoio da opinião pública para a tese do golpe. Nada disso aconteceu. Ainda que o governo interino sofra com impopularidade, não há sinal que o povo encare a gestão Temer como ilegitima, ao contrário, há uma tranquilidade democrática de que tanto o impedimento quanto a posse do vice de Dilma se deu em conformidade com a ordem constitucional.

Sobrou para o PT e seus satélites a esperança de virar o jogo no senado com o enfraquecimento do governo Temer, atingido em cheio pela Lava Jato, com a queda de vários ministros.  Mas o Partido dos Trabalhadores voltou a entrar no centro dos escândalos de corrupção, na Operação Custo Brasil, deflagrada pela Policia Federal, que rendeu a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Isto é, vale aqui o velho ditado de que quem tem telhado de vidro não joga pedra no telhado do outro. O PT, então, deverá diminuir a artilharia.

Para o Brasil, todos esses elementos trazem questões a serem levadas em conta na batalha final do impeachment. Afinal, pela autoridade da lei, apenas dois caminhos são permitidos: ou sai Temer e volta Dilma absolvida, ou Temer fica com a condenação definitiva da presidente afastada.

Parece-me um terrível retrocesso reconduzir ao cargo uma presidente com crime comprovado e com seu partido cada vez mais envolvido em grandiosos esquemas de corrupção. Seria retomar o ambiente político de ingovernabilidade, de instabilidade e tentativas constantes de frear a Operação Lava Jato. Com Dilma, o Brasil voltaria às mãos de alguém incapacitada para apresentar um governo ao Brasil.

O que precisamos é de um quadro institucional estável onde haja ambiente de governo, e não o retorno ao caos e aos conflitos dos poderes republicanos. Para isso, é necessário garantir o impeachment, esvaziar toda e qualquer tentativa de constranger a democracia por parte do PT. Vale consolidar a transição, para que voltemos a tranquilidade no qual possamos, de qual lado estivermos, nos movimentarmos com a certeza do triunfo democrático. O êxito disso depende do fato de que o PT se mantenha bem longe do poder, e que o impeachment seja, de uma vez por todas, confirmado.
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário